- 28 de novembro de 2012
Yo, Anny com mais um capitulo da fic dos irmãos, com esse encerro metade da historia, agora só fico devendo o desenrolar da Mio e o Tanda. Para quem quer ler pelo Nyah e para quem quiser baixar em PDF os capitulos do volume 01 completo dessa fic clique aqui.

A Lenda Dos 4 Irmãos

Las Vegas - 1989

Passaram-se 709 anos desde que seu irmão Green havia se casado e parecia que a cada ano ainda nascia um filho, como a Mio havia dito: “ O Green não entende que humanos não são lobos para ter uma ninhada de filhos”. Mas seu irmão estava feliz e isso que importava, claro que sempre que o “Tio Loki” passava para uma visita era bem trabalhoso ser rodeado por tantas crianças, na ultima contagem estava em 20 e poucos, e logo viriam os netos, com certeza seria uma dor de cabeça maior para as próximas visitas. A Mio ainda estava evitando o local e o Green ficava cada vez mais zangado com isso, claro que quem ouvia as reclamações eram o Tanda, ele sempre era pego de babá quando passava para visitar. Loki, como já conhecia a situação na pele, sempre tinha um compromisso para depois da visita, assim podia escapar rapidamente das pestes, pois além de serem numerosos, o que já era um trabalho; eles eram filhos do Green, ou seja, tinham a metade de sua maldita força, o que em breve seria equivalente a força dos 3 irmãos mais novos, ou agora dos “tios”. Uma coisa Loki havia aprendido, se realmente não conseguisse fugir das artimanhas da Mio e chegasse a se casar, é que só teria um filho.

Hoje era seu aniversário e também um dos dias mais azarados de sua vida, ele completava 3.489 anos desde seu nascimento, mas para os humanos ele aparentava ter no máximo 30 anos, isso porque a sua espécie envelhecia mais lentamente do que os humanos. Loki após viajar por vários países, se encantou com Las Vegas e decidiu comprar uma casa por ali, isso foi á 50 anos atrás, e como nessa cidade as pessoas mudavam todo dia, ele não tinha vizinhos que para reparar nele por 50 anos.

Desde que seu irmão havia casado, ninguém mais via a Mio, só ouvia noticias dela, ou cartas que chegavam dela de vez enquanto, pelo menos no Natal ela sempre mandava um cartão postal do país de onde estava atualmente, e ele podia dizer que faltava poucos lugares para ela conhecer, além que a Mio havia decidido viajar pelo mundo todo, literalmente, e havia se especializado nas línguas de cada local por onde passava. Ela já tinha visitado todos os locais que sua mãe gostava de ir, e continuava viajando sem pagar nenhum centavo, sempre fazendo algum pobre mortal de escravo/banco e sustenta-la, quem sabe um dia ela aprendesse a trabalhar.

Quanto ao Tanda quando não era babá para o irmão mais velho, ele estava trabalhando com os mortais, parecia que o Tanda havia achado interessante ter uma profissão humana, até então ele já havia sido soldado, engenheiro, enfermeiro, medico e atualmente ele se passava por professor de historia especializado em mitologia. Ele cursava faculdades e pegava diplomas facilmente, o único problema era a mudança de identidades humanas, a cada 10 anos ele mudava de profissão e nome, pelo menos ele havia se tornado especialista em documentos falsos e nas tecnologias desse mundo atual, e sempre ajudava os irmãos a se habituar nele. Só o Green se recusava a usar essas coisas, a única exceção esse ano havia sido o celular, mas ele só usava para ligar e receber sms, nada mais.

Nessa manhã ele havia recebido um cartão da Mio e uma carta do Green com as felicitações de aniversário, Loki não sabia como eles achavam cartão de aniversário de 3000 anos, também recebeu um sms do Tanda com a previsão do horóscopo do Loki que era de azar e que não deveria sair de casa hoje. O Tanda havia se tornado maníaco por esse negocio de horóscopo, todo dia ele mandava alguma sms para os irmãos, a de hoje era simples:

“Sem sorte hoje, não saia de casa. Parabéns. Assinado TD”

Loki havia respondido na mesma hora:

“Vai se ferrar, e aprenda a olhar o fuso horário ¬¬. Ass: Lk”. A mensagem havia chegado as 2hs da madrugada, sendo que para o Tanda ainda era dia onde ele estava.

Nessa noite ele havia acabado de sair do cassino em Las Vegas, onde passava mais da metade do ano. Os mortais eram ótimos em criar diversões, e todo dia tinha um cassino novo, ou um jogo novo. Antigamente ele sempre ganhava, mas após ser expulso de vários locais, ele aprendeu a deixar outros ganharem mais do que ele, e se limitava a ganhar os prêmios médios,  nunca voltando no mesmo cassino depois de 1 semana, mas desde que começou a mudar sua aparência não havia sido expulso de nenhum mais.

Depois de cada noite de jogos, ele sempre tinha uma companhia feminina para o restante da noite. Entretanto essa noite lembrou-se que estava chegando o Natal, foi só sair de casa e ver os abundantes enfeites que os mortais usam nessa época, como se fosse impossível esquecer a data, com tantos filmes, musicas e outras coisas natalinas. Natal havia sido a época que Green lhe pediu para fazer sua visita anual, e Loki não tinha nenhuma intenção de faltar, afinal quem iria querer que uma família tão grande viesse lhe visitar?

- Ou você vem visitar minha família ou eu irei com a família até você - Green havia dito, sorrindo ainda por cima!

Sem contar que metade dos filhos puxou a personalidade do pai, a outra metade a da mãe, mas mesmo a mãe não era fácil, entretanto a pior parte eram os presentes, ele ainda mataria o Tanda por ter levado uma TV para a “Grande matilha”, quando eles descobriram as facilidades da vida moderna, todo ano chegava uma carta de 10 folhas com a lista de presentes dos sobrinhos. Esse ano ele teria de gastar quase metade de sua fortuna com os presentes,visto que não tinha mais forças para negociar com os pentelhos, e nem humor para tentar convencer o Green a botar rédeas nessas crianças. Será que com tantos anticoncepcionais modernos ele não conseguia fazer o Green e a matilha ficarem estéreis? Era uma ideia muito tentadora, ainda mais quando ele se lembrava da lista que havia chegado hoje do Green & cia.

Caminhando na rua, de casaco preto longo, camisa de seda preta, calça preta e sapato preto; ele poderia estar com o tal visual “assassino chick” que ele vira em um filme, mas para ele era só o reflexo do seu estado de humor. Ele estava voltando para casa, sem uma companhia, e havia esquecido a carteira em casa, então nem táxi poderia pegar. Ele até gostava de caminhar entre os mortais sem ser notado na multidão, todavia nessa época do ano era uma péssima ideia. A multidão era opressora, ele estava quase se mudando em um pássaro para voar para bem longe dali. Após conseguir achar um caminho tranquilo para casa em uma rua escura, que estava com o poste quebrado, ele não viu a merda de cachorro e pisou em cima, quando parou para limpar o sapato ele foi abordado por um cara que tentava se passar por uma mulher, mas com a roupa colada, pernas peludas e musculosas,  a barriga proeminente aparecendo entre a o tomara que caia dourado e a saia de couro, o cabelo loiro oxigenado; nem bêbado poderia se confundir com isso como sendo uma fêmea.

- Ei gostosão, sozinho essa noite? Para você essa noite faço de graça - deu um sorriso para tentar ser sedutora, mas ele não tinha dois dentes na frente, o que estragou o efeito.

Loki só lhe deu um olhar duro, que faria um leão correr dele, e o cara/garota saiu de perto.

Quando chegou na esquina, ele pôde voltar a respirar um ar limpo, pelo menos mais limpo que a rua que acabara de passar. Dali ele poderia ver sua casa, seu recanto de paz e sossego, nem a Mio invadia essa casa, ele se certificara de ganhar o jogo em que eles apostaram isso. Essa mania dela de aparecer nas piores horas era horrível e sempre estragava os encontros e o humor de qualquer um. Ele não sabia como o Tanda havia perdido a virgindade com uma irmã dessas na cola dele.

Mas por falar no demônio ele podia ver uma mulher sentada na escada de entrada de sua casa, usando roupas natalinas completas: casaco longo vermelho, blusa verde, com uma calça azul, e ainda de gorro na cabeça e ele podia jurar que mesmo a distancia, aquelas botas dela tinha umas árvores de natal bordadas na bordas. Se fosse sua irmã, ele jurava que nunca mais iria deixar ela esquecer esse fiasco, pelo menos o perfume era o mesmo de sempre, cheiro de rosas. Mas dessa vez ela também havia mudado a aparência, estava ruiva e a pele mais escura, alem de ter arrumado os olhos puxados, para os comuns olhos azuis dos americanos; pelo menos havia ganhando em busto. Ele nunca achou a irmã atraente, até porque ele conhecia o temperamento dela, mas essa lhe atraia, o que era estranho.

Assim que alcançou a entrada da casa, ela pode vê-lo, levantou-se da escada e se aproximou com um sorriso radiante no rosto, que causou calafrios no Loki:

- Você é o Loki? O irmão urso?

Nesse instante ele percebeu que não era sua irmã realmente, pois mais que ela gostasse de engana-lo, ela não conseguia mentir o cheiro e ela por mais que usasse o perfume de rosas da Mio, no fundo ele sentia o cheiro de humana. Enquanto ele estava pensando quem ela era, esta ficou encarando-o esperando ansiosamente sua resposta. Mesmo não sendo a irmã, poderia ser uma humana enviada por ela para brincar com ele. Usar esse perfume não era bom sinal, ainda mais com o dia que havia tido, melhor negar e se livrar rapidamente da “árvore de natal ambulante”.

- Não sou, você deve ter se enganado de pessoa. - Ele disse com um olhar irritado e intimidador para assusta-la.

Mas ela ou não reparou no olhar, ou não o achou intimidador, o que era estranho, visto que sempre deu certo com mortais. Os únicos que escapavam disso eram a Mio e o Green, pois os dois tinham um olhar melhor que o dele,  e o Tanda sempre tinha olhar de cachorro pedindo.

- Mas estou vendo seu colar de urso, só pode ser ele, e o Green me deu seu endereço.

- Green? Tem alguém que se chama verde? Eu não tenho conhecidos com nomes estranhos. Me chamo Lucas e não Loki. - Era o nome que ele estava usando atualmente. - E esse colar é só uma bijuteria que pode se encontrar em qualquer lugar.

Ela se aproximou mais dele. Agora estavam a menos de um metro do outro. O colar era presente de sua mãe quando fez a maior idade, era seu animal favorito de mudança, por isso o urso. Todos os quatros haviam ganhado um também, e todos eram feitos de ametista. Ele nunca tirava o colar, mas não havia como Green dar seu endereço para uma estranha sem avisa-lo antes, visto que agora tinha o celular que ganhou do Tanda no Natal passado.

- Não, você é o Loki. O Green me deu sua descrição e disse que você tentaria me enganar, mas tudo confere com o que ele me disse: 1- Um cara que deveria estar “mal humorado nessa época do ano”, isso que não entendi, você não gosta do Natal? 2 - O endereço e o colar. Ambos confere, você mora nesse endereço e tem o colar. 3 - “Olhos azuis e cabelo loiro que sempre está amassado porque tem preguiça de pentear”. Viu, você é o irmão urso.

Ela explicou como se estivesse falando com uma criança burra de dois anos e isso o irritou mais do que ouvir a descrição do Green. Onde o Green achara essa humana idiota? Era um meio de tortura natalina? Esperava que não fosse parente de sua cunhada, loba ela não era, mas poderia ser parente não? Mas essa descrição do cabelo dele, só podia ser dada pelo Green, ele sempre mandava Loki pentear os cabelos.

- Ok, você realmente conhece o Green, mas é obviamente humana e não te interessa meus gostos de natal ou não. O que quer aqui?

Já que não dava pra fingir não ser o Loki, então ele desistia das boas maneiras com a estranha. Se ela não veio por uma brincadeira da Mio, e sim pelo Green, não mudava o fato dele não gostar da garota. Ela estava deixando ele irritado desde que havia posto os olhos nas roupas dela. Ele sempre achou o senso de moda dos irmãos péssimo, mas até agora não tinha visto um mortal vestir tantas roupas festivas.

Ela fez um sorriso de extrema felicidade ao ouvir sua resposta, ignorando a raiva dele, e pulou em cima do mesmo, o pegando de surpresa, fazendo- o perder o equilíbrio e cair de bunda no chão gelado, com a garota por cima dele enrolada igual uma gata no cio.

- Eu sou Sigyn, eu vim me casar com você, sou sua noiva!

Ele não sabia que as coisas poderiam piorar, mas agora ele havia chegado ao fim do poço. Pelo menos agora ele já sabia o que mandar para o Green de Natal, mas será que os correios enviam bombas? Nesse mesmo momento seu celular recebeu uma sms, ele conseguir pegar o celular ainda com a mulher louca lhe apertando o pescoço e falando sem parar sobre como ela havia descoberto ser a noiva dele e sobre os preparativos do casamento e ele tentando sem sucesso se livrar do abraço dela, mas conseguiu pegar o celular no bolso e viu que a mensagem era da Mio, sentiu um vento frio na sua espinha e tinha certeza que não tinha nada haver com o gelo na calçada, agora ele tinha certeza que o dia estaria completamente pior,  tomando coragem leu o curto texto:

“Eu nunca usaria roupas desse tipo idiota. P.S: Não poderei ir casamento e não tenha filhos por enquanto por favor -_-”


Ciassus
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