Yo, Anny com mais um capitulo da fic dos irmãos, com esse encerro metade da historia, agora só fico devendo o desenrolar da Mio e o Tanda. Para quem quer ler pelo Nyah e para quem quiser baixar em PDF os capitulos do volume 01 completo dessa fic clique aqui.
Las Vegas - 1989
Passaram-se
709 anos desde que seu irmão Green havia se casado e parecia que a cada
ano ainda nascia um filho, como a Mio havia dito: “ O Green não entende
que humanos não são lobos para ter uma ninhada de filhos”. Mas seu
irmão estava feliz e isso que importava, claro que sempre que o “Tio
Loki” passava para uma visita era bem trabalhoso ser rodeado por tantas
crianças, na ultima contagem estava em 20 e poucos, e logo viriam os
netos, com certeza seria uma dor de cabeça maior para as próximas
visitas. A Mio ainda estava evitando o local e o Green ficava cada vez
mais zangado com isso, claro que quem ouvia as reclamações eram o Tanda,
ele sempre era pego de babá quando passava para visitar. Loki, como já
conhecia a situação na pele, sempre tinha um compromisso para depois da
visita, assim podia escapar rapidamente das pestes, pois além de serem
numerosos, o que já era um trabalho; eles eram filhos do Green, ou seja,
tinham a metade de sua maldita força, o que em breve seria equivalente a
força dos 3 irmãos mais novos, ou agora dos “tios”. Uma coisa Loki
havia aprendido, se realmente não conseguisse fugir das artimanhas da
Mio e chegasse a se casar, é que só teria um filho.
Hoje
era seu aniversário e também um dos dias mais azarados de sua vida, ele
completava 3.489 anos desde seu nascimento, mas para os humanos ele
aparentava ter no máximo 30 anos, isso porque a sua espécie envelhecia
mais lentamente do que os humanos. Loki após viajar por vários países,
se encantou com Las Vegas e decidiu comprar uma casa por ali, isso foi á
50 anos atrás, e como nessa cidade as pessoas mudavam todo dia, ele não
tinha vizinhos que para reparar nele por 50 anos.
Desde
que seu irmão havia casado, ninguém mais via a Mio, só ouvia noticias
dela, ou cartas que chegavam dela de vez enquanto, pelo menos no Natal
ela sempre mandava um cartão postal do país de onde estava atualmente, e
ele podia dizer que faltava poucos lugares para ela conhecer, além que a
Mio havia decidido viajar pelo mundo todo, literalmente, e havia se
especializado nas línguas de cada local por onde passava. Ela já tinha
visitado todos os locais que sua mãe gostava de ir, e continuava
viajando sem pagar nenhum centavo, sempre fazendo algum pobre mortal de
escravo/banco e sustenta-la, quem sabe um dia ela aprendesse a
trabalhar.
Quanto
ao Tanda quando não era babá para o irmão mais velho, ele estava
trabalhando com os mortais, parecia que o Tanda havia achado
interessante ter uma profissão humana, até então ele já havia sido
soldado, engenheiro, enfermeiro, medico e atualmente ele se passava por
professor de historia especializado em mitologia. Ele cursava faculdades
e pegava diplomas facilmente, o único problema era a mudança de
identidades humanas, a cada 10 anos ele mudava de profissão e nome, pelo
menos ele havia se tornado especialista em documentos falsos e nas
tecnologias desse mundo atual, e sempre ajudava os irmãos a se habituar
nele. Só o Green se recusava a usar essas coisas, a única exceção esse
ano havia sido o celular, mas ele só usava para ligar e receber sms,
nada mais.
Nessa
manhã ele havia recebido um cartão da Mio e uma carta do Green com as
felicitações de aniversário, Loki não sabia como eles achavam cartão de
aniversário de 3000 anos, também recebeu um sms do Tanda com a previsão
do horóscopo do Loki que era de azar e que não deveria sair de casa
hoje. O Tanda havia se tornado maníaco por esse negocio de horóscopo,
todo dia ele mandava alguma sms para os irmãos, a de hoje era simples:
“Sem sorte hoje, não saia de casa. Parabéns. Assinado TD”
Loki havia respondido na mesma hora:
“Vai
se ferrar, e aprenda a olhar o fuso horário ¬¬. Ass: Lk”. A mensagem
havia chegado as 2hs da madrugada, sendo que para o Tanda ainda era dia
onde ele estava.
Nessa
noite ele havia acabado de sair do cassino em Las Vegas, onde passava
mais da metade do ano. Os mortais eram ótimos em criar diversões, e todo
dia tinha um cassino novo, ou um jogo novo. Antigamente ele sempre
ganhava, mas após ser expulso de vários locais, ele aprendeu a deixar
outros ganharem mais do que ele, e se limitava a ganhar os prêmios
médios, nunca voltando no mesmo cassino depois de 1 semana, mas desde
que começou a mudar sua aparência não havia sido expulso de nenhum mais.
Depois
de cada noite de jogos, ele sempre tinha uma companhia feminina para o
restante da noite. Entretanto essa noite lembrou-se que estava chegando o
Natal, foi só sair de casa e ver os abundantes enfeites que os mortais
usam nessa época, como se fosse impossível esquecer a data, com tantos
filmes, musicas e outras coisas natalinas. Natal havia sido a época que
Green lhe pediu para fazer sua visita anual, e Loki não tinha nenhuma
intenção de faltar, afinal quem iria querer que uma família tão grande
viesse lhe visitar?
- Ou você vem visitar minha família ou eu irei com a família até você - Green havia dito, sorrindo ainda por cima!
Sem
contar que metade dos filhos puxou a personalidade do pai, a outra
metade a da mãe, mas mesmo a mãe não era fácil, entretanto a pior parte
eram os presentes, ele ainda mataria o Tanda por ter levado uma TV para a
“Grande matilha”, quando eles descobriram as facilidades da vida
moderna, todo ano chegava uma carta de 10 folhas com a lista de
presentes dos sobrinhos. Esse ano ele teria de gastar quase metade de
sua fortuna com os presentes,visto que não tinha mais forças para
negociar com os pentelhos, e nem humor para tentar convencer o Green a
botar rédeas nessas crianças. Será que com tantos anticoncepcionais
modernos ele não conseguia fazer o Green e a matilha ficarem estéreis?
Era uma ideia muito tentadora, ainda mais quando ele se lembrava da
lista que havia chegado hoje do Green & cia.
Caminhando
na rua, de casaco preto longo, camisa de seda preta, calça preta e
sapato preto; ele poderia estar com o tal visual “assassino chick” que
ele vira em um filme, mas para ele era só o reflexo do seu estado de
humor. Ele estava voltando para casa, sem uma companhia, e havia
esquecido a carteira em casa, então nem táxi poderia pegar. Ele até
gostava de caminhar entre os mortais sem ser notado na multidão, todavia
nessa época do ano era uma péssima ideia. A multidão era opressora, ele
estava quase se mudando em um pássaro para voar para bem longe dali.
Após conseguir achar um caminho tranquilo para casa em uma rua escura,
que estava com o poste quebrado, ele não viu a merda de cachorro e pisou
em cima, quando parou para limpar o sapato ele foi abordado por um cara
que tentava se passar por uma mulher, mas com a roupa colada, pernas
peludas e musculosas, a barriga proeminente aparecendo entre a o tomara
que caia dourado e a saia de couro, o cabelo loiro oxigenado; nem
bêbado poderia se confundir com isso como sendo uma fêmea.
-
Ei gostosão, sozinho essa noite? Para você essa noite faço de graça -
deu um sorriso para tentar ser sedutora, mas ele não tinha dois dentes
na frente, o que estragou o efeito.
Loki só lhe deu um olhar duro, que faria um leão correr dele, e o cara/garota saiu de perto.
Quando
chegou na esquina, ele pôde voltar a respirar um ar limpo, pelo menos
mais limpo que a rua que acabara de passar. Dali ele poderia ver sua
casa, seu recanto de paz e sossego, nem a Mio invadia essa casa, ele se
certificara de ganhar o jogo em que eles apostaram isso. Essa mania dela
de aparecer nas piores horas era horrível e sempre estragava os
encontros e o humor de qualquer um. Ele não sabia como o Tanda havia
perdido a virgindade com uma irmã dessas na cola dele.
Mas
por falar no demônio ele podia ver uma mulher sentada na escada de
entrada de sua casa, usando roupas natalinas completas: casaco longo
vermelho, blusa verde, com uma calça azul, e ainda de gorro na cabeça e
ele podia jurar que mesmo a distancia, aquelas botas dela tinha umas
árvores de natal bordadas na bordas. Se fosse sua irmã, ele jurava que
nunca mais iria deixar ela esquecer esse fiasco, pelo menos o perfume
era o mesmo de sempre, cheiro de rosas. Mas dessa vez ela também havia
mudado a aparência, estava ruiva e a pele mais escura, alem de ter
arrumado os olhos puxados, para os comuns olhos azuis dos americanos;
pelo menos havia ganhando em busto. Ele nunca achou a irmã atraente, até
porque ele conhecia o temperamento dela, mas essa lhe atraia, o que era
estranho.
Assim
que alcançou a entrada da casa, ela pode vê-lo, levantou-se da escada e
se aproximou com um sorriso radiante no rosto, que causou calafrios no
Loki:
- Você é o Loki? O irmão urso?
Nesse
instante ele percebeu que não era sua irmã realmente, pois mais que ela
gostasse de engana-lo, ela não conseguia mentir o cheiro e ela por mais
que usasse o perfume de rosas da Mio, no fundo ele sentia o cheiro de
humana. Enquanto ele estava pensando quem ela era, esta ficou
encarando-o esperando ansiosamente sua resposta. Mesmo não sendo a irmã,
poderia ser uma humana enviada por ela para brincar com ele. Usar esse
perfume não era bom sinal, ainda mais com o dia que havia tido, melhor
negar e se livrar rapidamente da “árvore de natal ambulante”.
- Não sou, você deve ter se enganado de pessoa. - Ele disse com um olhar irritado e intimidador para assusta-la.
Mas
ela ou não reparou no olhar, ou não o achou intimidador, o que era
estranho, visto que sempre deu certo com mortais. Os únicos que
escapavam disso eram a Mio e o Green, pois os dois tinham um olhar
melhor que o dele, e o Tanda sempre tinha olhar de cachorro pedindo.
- Mas estou vendo seu colar de urso, só pode ser ele, e o Green me deu seu endereço.
-
Green? Tem alguém que se chama verde? Eu não tenho conhecidos com nomes
estranhos. Me chamo Lucas e não Loki. - Era o nome que ele estava
usando atualmente. - E esse colar é só uma bijuteria que pode se
encontrar em qualquer lugar.
Ela
se aproximou mais dele. Agora estavam a menos de um metro do outro. O
colar era presente de sua mãe quando fez a maior idade, era seu animal
favorito de mudança, por isso o urso. Todos os quatros haviam ganhado um
também, e todos eram feitos de ametista. Ele nunca tirava o colar, mas
não havia como Green dar seu endereço para uma estranha sem avisa-lo
antes, visto que agora tinha o celular que ganhou do Tanda no Natal
passado.
-
Não, você é o Loki. O Green me deu sua descrição e disse que você
tentaria me enganar, mas tudo confere com o que ele me disse: 1- Um cara
que deveria estar “mal humorado nessa época do ano”, isso que não
entendi, você não gosta do Natal? 2 - O endereço e o colar. Ambos
confere, você mora nesse endereço e tem o colar. 3 - “Olhos azuis e
cabelo loiro que sempre está amassado porque tem preguiça de pentear”.
Viu, você é o irmão urso.
Ela
explicou como se estivesse falando com uma criança burra de dois anos e
isso o irritou mais do que ouvir a descrição do Green. Onde o Green
achara essa humana idiota? Era um meio de tortura natalina? Esperava que
não fosse parente de sua cunhada, loba ela não era, mas poderia ser
parente não? Mas essa descrição do cabelo dele, só podia ser dada pelo
Green, ele sempre mandava Loki pentear os cabelos.
- Ok, você realmente conhece o Green, mas é obviamente humana e não te interessa meus gostos de natal ou não. O que quer aqui?
Já
que não dava pra fingir não ser o Loki, então ele desistia das boas
maneiras com a estranha. Se ela não veio por uma brincadeira da Mio, e
sim pelo Green, não mudava o fato dele não gostar da garota. Ela estava
deixando ele irritado desde que havia posto os olhos nas roupas dela.
Ele sempre achou o senso de moda dos irmãos péssimo, mas até agora não
tinha visto um mortal vestir tantas roupas festivas.
Ela
fez um sorriso de extrema felicidade ao ouvir sua resposta, ignorando a
raiva dele, e pulou em cima do mesmo, o pegando de surpresa, fazendo- o
perder o equilíbrio e cair de bunda no chão gelado, com a garota por
cima dele enrolada igual uma gata no cio.
- Eu sou Sigyn, eu vim me casar com você, sou sua noiva!
Ele
não sabia que as coisas poderiam piorar, mas agora ele havia chegado ao
fim do poço. Pelo menos agora ele já sabia o que mandar para o Green de
Natal, mas será que os correios enviam bombas? Nesse mesmo momento seu
celular recebeu uma sms, ele conseguir pegar o celular ainda com a
mulher louca lhe apertando o pescoço e falando sem parar sobre como ela
havia descoberto ser a noiva dele e sobre os preparativos do casamento e
ele tentando sem sucesso se livrar do abraço dela, mas conseguiu pegar o
celular no bolso e viu que a mensagem era da Mio, sentiu um vento frio
na sua espinha e tinha certeza que não tinha nada haver com o gelo na
calçada, agora ele tinha certeza que o dia estaria completamente pior,
tomando coragem leu o curto texto:
“Eu nunca usaria roupas desse tipo idiota. P.S: Não poderei ir casamento e não tenha filhos por enquanto por favor -_-”
Ciassus